Cringe, que bagulho é esse?
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Cada geração tem seu próprio código secreto que deixa as gerações mais antigas totalmente perdidas e as gerações mais novas nos olhando como se tivéssemos convivido com os dinossauros e nos chamando de cringe.
Gírias das Gerações
As novas gerações vão nascendo, novas gírias vão surgindo e é quando a pessoa não entende o que um jovem falou ou uma criança olha com cara de interrogação quando escuta um “Foi o ó do borogodó!” que a passagem dos anos é sentida mais fortemente.
A verdade é que podemos até aprender as novas gírias que surgem, mas as antigas não saem de forma alguma do nosso vocabulário.
Não tentem se enganar e fingir que não sabem do que estou falando. Vocês não estão sozinhos, a patota é grande. Me acompanhem Millennials, vai ser da hora! Supimpa!
Não vamos pagar mico, vamos nos manter antenados! Peguem seu lápis e bloquinho de anotações! O objetivo aqui é não ficar “por fora”, ou seja lá como os pirralhos dizem isso hoje em dia.
Flashback de um Passado Glorioso
Outro dia estava toda a família na sala quando alguém soltou um “Tô de bode hoje”. Na mesma hora todas as crianças olharam com cara de quem está pensando em um bode e não entendeu bulhufas. Nem bico tenho, mas rachei.
Exercício rápido para começar. Pensem na sua turma do primário ou ginásio, que aliás já não chama mais assim e tem um tal de nono ano, mas enfim, foco! Todos vão lembrar do mauricinho, da patricinha, do bicho-grilo, do paspalhão, do chato de galocha, do colega que viajava na maionese, do que estava sempre entrando pelo cano, ou do outro que vivia na pindaíba.
A adolescência é uma época difícil, muita insegurança, muitas dúvidas, não queremos queimar o filme, estamos sempre bolados com alguma coisa. Tem dias que estamos mais borocoxôs, outros que estamos prontos para arrebentar a boca do balão.
Acordo pela manhã toda serelepe, pego o breguete que fiquei de levar pra escola, como uma gororoba qualquer e saio correndo. No elevador, cruzo com a dondoca do quinto andar, que está sempre com umas roupas super cafonas, e o marido, que está sempre na beca. Eles sempre me cumprimentam super formais e eu sempre solto um “Jóia” ou “Beleza”. Vou para o ponto do busão esperar meu amigo Cebola, mas ele me dá um chá de cadeira.
O Cebola é um cara batuta, está sempre falando no possante cor de burro quando foge que ele vai comprar quando começar a ganhar dinheiro só pra tirar onda. Ele e o irmão foram criados pelos avós, então, apesar dele ser um cara super pra frente, vira e mexe ele solta uma expressão do arco da velha, tá ligado?
Ele chega esbaforido no ponto já se desculpando pelo atraso, mas ele precisou pedir a escada do vizinho para pular o muro da própria casa e o banheiro alagou, a avó vai ficar uma fera. Não entendi patavinas do que ele falou, mas conheço o Cebola e ele tem cada ideia de jerico que não está no gibi. Duvi-de-o-dó que toda essa confusão matinal não tenha um dedinho seu.
No busão encontramos a panelinha do colegial que não dá bola pra gente. Estão o que as meninas chamam de pão, a que os meninos chamam de broto, a que o Cebola chama de baranga, o baba-ovo do pão e do broto, o careta e a maria-vai-com-as-outras. Estão falando sobre o baile de formatura, parece que o boa pinta é o maior pé de valsa. No que o Cebola já solta uma reclamação aos céus por dar tudo a uma única pessoa, que nunca viu um tribufu arrasando na pista de dança. Ora, pombas!
Eu e Cebola compartilhamos o fone do meu walkman para ouvir música ao invés do papo furado. Ouvir música sempre me acalmou e me ajudou a pensar. É nessas horas que tenho as melhores ideias e consigo encontrar solução para os problemas do dia a dia.
Ah! Acho que caiu a ficha. Entendi o que é cringe! Chuchu beleza!!
Manual de Sobrevivência
Cringe é usado para descrever algo ou alguém que provoca vergonha alheia, constrangimento ou desconforto. Quando te chamam de cringe é porque suas atitudes, comportamentos ou gostos são vistos como ultrapassados, fora de moda. Resumindo, é a geração Z te chamando de tiozão. Manda eles catar coquinho e segue o baile!
Sabe aquela festa miada que você foi com a maior expectativa? Agora a festa não miou, ela flopou. E aquela música que ficou em primeiro por várias semanas no top 10 das músicas mais pedidas? Ela não bombou, agora ela hitou.
Se alguém der um migué, contar uma lorota, ou soltar aquela história pra boi dormir, manda um “tá de caô” que você estará bem na fita.
E se alguém falar que você é muito based por falar algo, é um elogio, então fica de boa. É quando a pessoa expressa sua opinião de forma autêntica, sem se importar com o que os outros pensam, tipo, fala na lata, entendeu?
Você que adora assumir a posição de cupido e juntar casais, saiba que casais não se juntam mais, eles shippam. E aquele colega que anda por aí se achando o tal, querendo chamar atenção a qualquer custo, é o VTzeiro.
Vamos combinar? Não dá para acompanhar o ritmo das gírias que surgem por aí, da mesma maneira que não dá para simplesmente não falar que alguma coisa deu ruim se deu ruim, ou não dizer que algo foi o fim da picada. Tem algumas expressões cravadas na nossa alma.
Se alguém te chamar de cringe, não responda. Solta aquele olhar que fala mais que mil palavras e tenha em mente que pelo menos você sabe o que é uma fita cassete!