Isso, isso, isso
Sigam-me os bons nessas próximas linhas. Vamos dar uma pausa e filosofar um pouco sobre a vida.
Sim, teria sido melhor ir ver o filme do Pelé, mas já que você está aqui, agora não dá para simplesmente desistir. Desistir é para os fracos, na próxima vez faça como eu, nem tente.
A Escassez da Paciência
Vamos juntos colocar nossas mentes para funcionar. Escolha uma das três opções, pegue uma bebida e relaxe. Tem a que parece limão, é de groselha e tem gosto de tamarindo, a que parece groselha, é de tamarindo e tem gosto de limão, e a que parece tamarindo, é de limão e tem gosto de groselha.
Não estou enrolando, calma! Ninguém tem paciência comigo!!
Vamos começar falando de paciência, uma habilidade em extinção. As pessoas estão perdendo a paciência muito rápido. Outro dia estava andando de bicicleta e um senhor passou buzinando e parou para me xingar. Eu estava errada, mas estava distraída, foi sem querer querendo. Fui tentar explicar, mas ele continuou gritando. No fim me dei por vencida e disse calmamente: “Tá bom, mas não se irrite”.
É impressionante como uma simples frase pode dar o retorno exatamente oposto ao esperado. A última coisa que a pessoa que está estressada, irritada e gritando mais alto que uma araponga quer ouvir é “Fica calma”, “Não se irrite”. Parece quando ligamos a torneira quente do chuveiro achando que é a fria e vem aquela água pelando em cima da gente.
E as últimas gerações não fazem nem ideia do que era a internet discada! Aguardávamos na paz do Senhor e, depois de muito tempo esperando e umas onomatopeias vindas de Júpiter, nos conectávamos à internet. Com a internet, era possível baixar arquivos para o computador, muitas vezes com uma animadora mensagem que aparecia na tela informando “Tempo estimado para download: 39 anos, 44 horas e 35 minutos”, e uma barrinha de progresso que não podia ficar olhando muito porque parecia que andava para trás. Era melhor largar lá e orar.
Onde foi parar essa paciência?
A Solução do Mundo
Agora, silêncio meus caros leitores! Minhas anteninhas de vinil estão captando a presença do inimigo. Mas palma, palma, não priemos cânico! O inimigo somos nós mesmos, então aparentemente está fácil derrotá-lo. Aposto que não contavam com minha astúcia, mas prestem muita atenção. Se nós causamos os principais problemas do mundo, basta nos unirmos, e daí zás, zás e zás, e resolvemos os problemas. Simples, não?
O que que foi, o que que foi, o que que há? Vocês não acham simples? Suspeitei desde o princípio que vocês não estavam acompanhando meu raciocínio, mas todos os meus movimentos são friamente calculados. Vou deixá-los refletindo por alguns minutos, pois quero evitar a fadiga. Quando entenderem, gritem “Já chegou o disco voador!”.
Isso, isso, isso! Eu tinha certeza que não iriam me decepcionar! Poluição, violência, preconceito, desigualdade, fome, discriminação, guerra, tudo fruto da nossa existência. A estupidez humana na sua forma mais pura! Sei que não é simples mudar e eu não sou a melhor pessoa para lhes fornecer muita esperança.
E agora?
É verdade que tem muita gente ruim neste mundo, mas venham comigo, tesouros, não se misturem com essa gentalha! Vamos fazer a diferença, um pouquinho cada um.
O ser humano precisa valorizar mais a vida e parar um pouco para refletir sobre o que representa realmente a vida. Um professor me disse uma vez e eu repito que prefiro morrer do que perder a vida.
Ai, que burro! Dá zero pra ele.
Desculpem, não queria chamar o Professor Linguiça de burro, é que me escapuliu.
É difícil se animar quando olhamos para o rumo que a sociedade está tomando? Com toda barriga, senhor certeza! A verdade é que, nesse mundo de guerras, preconceitos, injustiças e desigualdades, muitas vezes tenho vontade de chorar, pipipipipipipipi, e o que me resta é perguntar “E agora, quem poderá me defender?”.